A Defesa Climática Popular é uma iniciativa que reúne tecnologia, participação popular e saberes locais para fortalecer a prevenção a desastres no Jacarezinho. A proposta é construir, junto com quem vive o território, um sistema comunitário de monitoramento de riscos — funcionando de forma simples, via WhatsApp e pelo site.

Esse sistema informa qual é a situação no território, com base em registros enviados pela própria comunidade e em dados oficiais. A ideia é oferecer informações claras e acessíveis, que ajudem os moradores a se protegerem.

Além disso, o sistema também serve como ferramenta de mobilização e pressão por políticas públicas, a partir de dados produzidos pelo próprio território. É uma forma de reconhecer os saberes locais, dar visibilidade aos problemas enfrentados e fortalecer a resiliência comunitária.

Ilustração de pessoa caminhando com um mapa e guarda-chuva, simbolizando ação e cuidado ambiental
Ícone de mapa com um pin representando mapeamento

A comunidade é o coração da ferramenta. Qualquer pessoa pode enviar relatos de risco, de forma simples, pelo WhatsApp ou pelo site – como casos de alagamento ou lixo acumulado nas ruas. Essas informações ajudam a construir um retrato da situação atual no território. Todos os relatos são anonimizados e passam por uma verificação feita por moderadores, garantindo que os dados publicados sejam confiáveis e respeitosos com a realidade da comunidade.

Ícone de balão de fala representando comunicação comunitária

de onde vêm os dados

Os dados vêm de diferentes fontes, que se complementam para dar um retrato mais preciso do que está acontecendo no Jacarezinho.

Ícone de antena representando dados oficiais

Dados oficiais

Como os alertas meteorológicos da Defesa Civil e os estágios de atenção divulgados pelo Centro de Operações do Rio (COR).

Ícone de balões de mensagem representando registros da comunidade

Registros da comunidade

Relatos enviados por moradores, via WhatsApp ou pelo site, validados por moderadores. São informações de quem vive no território e percebe os sinais de risco no dia a dia.

Ícone de casa com coração representando redes e organizações locais

Redes e organizações locais

Coletivos e instituições locais que acompanham de perto as dinâmicas do bairro e ajudam a manter o fluxo de informações atualizado.


Desastres não são naturais. Não por acaso, populações periféricas estão mais expostas aos riscos climáticos e ambientais.

“Risco” se refere a possibilidade de um dano acontecer. De forma simples, o risco é resultado da interação entre uma ameaça (como uma chuva forte ou poluição) e a vulnerabilidade de um território, que pode ser causada por falta de infraestrutura, negligência do poder público ou desigualdades históricas.

Protocolos internacionais, como o Marco de Sendai 2015 – 2030, defendem que a gestão de riscos de desastres deve ser feita com participação da comunidade para ser mais efetiva. Nós também acreditamos que a solução começa nos becos e nas ruas, com os nossos saberes e as nossas mãos.

Por isso, usamos o termo “risco” para nomear os sinais que os próprios moradores percebem no dia a dia, identificando de forma preventiva indícios que possam contribuir com a proteção da comunidade e a defesa de políticas de adaptação para o território.

Ilustração de pessoa observando com binóculos, simbolizando atenção aos riscos climáticos

quais riscos são considerados

Consideramos apenas os relatos que podem contribuir com a redução de riscos de desastres no território. As categorias foram construídas de forma participativa, a partir das situações mais frequentes identificadas pelos moradores:

Ícone representando alagamento

Alagamento

Rua ou beco alagado, laje enchendo, bueiro transbordando

Ícone representando acúmulo de lixo

Lixo

Lixo acumulado, lixão, lixo queimado, presença de ratos

Ícone representando outras situações de risco

Outros

Fios soltos que oferecem risco, calor extremo, etc


OUTRAS DÚVIDAS

Como os relatos são enviados?

A comunidade pode enviar os riscos de duas formas: pelo site ou pelo WhatsApp. Os registros incluem endereço ou ponto de referência, tipo de risco, descrição e foto ou vídeo (se quiser).
Para garantir a segurança de quem participa, todos os registros publicados são anônimos — isso significa que não exibimos nomes nem dados pessoais. Além disso, fotos e vídeos passam por uma revisão: rostos, placas e outras informações sensíveis são borradas antes da publicação. Assim, protegemos a identidade das pessoas envolvidas e evitamos exposições indesejadas.

Como é calculada a situação da comunidade?

A situação da comunidade pode aparecer como normal, atenção ou perigo. Esse cálculo é feito juntando os registros enviados pelas pessoas, os dados oficiais da Defesa Civil e do COR (Centro de Operações do Rio) e, no caso do calor, as informações sobre temperatura e sensação térmica. Quando muita gente fala sobre o mesmo problema – como alagamento em várias ruas – ou quando o calor passa de certos limites, o sistema entende que é hora de avisar. Assim, todo mundo pode se preparar melhor e saber o que está acontecendo no território.

Como mostramos a situação atual?

A ferramenta exibe, no site e no WhatsApp, um resumo dessa situação no Jacarezinho – como, por exemplo, se há risco de enchente ou outros problemas no território. Além desse resumo, também é possível ver os registros em um mapa interativo no site, que mostra onde os riscos estão acontecendo. Isso ajuda a comunidade a entender melhor o que está acontecendo no território e se organizar.
Essas informações também chegam pelo WhatsApp. Em alguns casos, a situação será enviada em grupos da comunidade. Quem quiser também pode falar com o número da Defesa Climática Popular e receber, direto no WhatsApp, a situação atual da comunidade, orientações importantes e relatos enviados por outras pessoas.

Quem fez esse mapa?

O sistema foi desenvolvido com o apoio do Instituto de Geografia da UERJ, unindo o conhecimento técnico da universidade com os saberes de quem vive no Jacarezinho. A proposta é construir uma ferramenta útil, acessível e conectada com a realidade do território. A base de dados também pode servir para mapear outros riscos no futuro – como ilhas de calor ou zonas de frescor – e apoiar a criação de alertas comunitários com tecnologias simples e de baixo custo

Posso usar essa tecnologia no meu território?

A ferramenta foi desenvolvida em código aberto, o que significa que pode ser acessada, adaptada e replicada por outras comunidades e projetos.
Apesar de ser aberta, essa tecnologia é segura: os dados sensíveis das pessoas não ficam expostos e há cuidados para garantir a privacidade de quem participa. O código aberto permite mais transparência e facilita que outras equipes ou coletivos possam colaborar, melhorar e levar essa ideia para outros territórios.
Essa escolha permite que a tecnologia desenvolvida aqui no Jacarezinho sirva de base para iniciativas em outros territórios periféricos ou vulnerabilizados, incentivando trocas, melhorias e construções coletivas em torno da justiça climática.
Se quiser saber mais sobre como adaptar essa tecnologia para o seu território, entre emc ontato com a gente pelo formulário.

ilustração de duas pessoas com cachorro caramelo